Com o sétimo dia seguido com recorde de internamentos, a capacidade dos serviços hospitalares públicos e privados contratados no Paraná chegou ao seu esgotamento pleno, o que vai exigir medidas enérgicas imediatas de gestores públicos e autoridades sanitárias para tentar estancar o atual fluxo de contaminações pela Covid-19.

O agravamento da situação levou Curitiba a determinar a volta da bandeira laranja, em situação de risco médio de alerta, já a partir desta quinta-feira (25), o que já se observa em outras regiões. O governo estadual, que prorrogou até 28 de fevereiro as medidas dispostas no Decreto n.º 6.294, de 3 de dezembro de 2020, deve se manifestar nas próximas horas sobre restrições de circulação e distanciamento social, o chamado toque de recolher para conter a propagação do coronavírus.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, somente do dia 10/02 até esta quarta-feira (24), a fila de espera por internação cresceu aproximadamente 800%, indicador sem precedente desde o início da pandemia, há um ano. O último boletim epidemiológico indica que o total de internações tinha chegado a 3,3 mil. Os pacientes internados com diagnóstico confirmado de Covid-19 somam 1.471, sendo 1.277 acolhidos em leitos SUS (613 em UTI e 664 em leitos clínicos/enfermaria) e mais 194 acomodados na rede particular (84 em UTI e 110 em leitos clínicos/enfermaria). Além disto, há outros 1.826 pacientes internados que aguardam resultados dos exames, sendo 660 em UTI e 1.166 em enfermaria. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.

Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Saúde indicou nesta quarta-feira que os novos casos de Covid-19, que na semana passada eram, em média, de 388 por dia, saltaram para 703 na última semana. A taxa de ocupação de UTIs no SUS saiu de 77% no dia 15 de fevereiro para 93% agora. O fenômeno se repetiu em várias regiões do Paraná, impactando nos números divulgados, que foram de 65 óbitos (34 homens e 31 mulheres, com idades entre 28 e 95 anos) e 4.449 novos casos confirmados. Assim, o total de mortes chega a 11.271 entre 623.385 casos, com o que o Paraná se posiciona em 21.º lugar no número de mortes por 100 mil habitantes e em 14.º na incidência de casos.
Curitiba, que já contabiliza 138.725 casos confirmados (6.238 ativos e 129.620 de pessoas recuperadas) e ainda 2.867 óbitos, deflagrou esta semana uma campanha visando despertar a consciência e a responsabilidade das pessoas quanto à gravidade da situação da pandemia a que se chegou. Com o mote “Nossa luta depende da sua”, médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, técnicos em enfermagem, socorristas do Samu, dentre outros profissionais, relatam seus sentimentos em relação ao comportamento negacionista de parte da população com a gravidade do vírus e da pandemia.

Alerta de emergência

Diante da situação de extrema gravidade, instituições representativas de profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia e sob elevado grau de desgaste físico e mental, emitiram uma nota de emergência para alcance da sociedade. A nota é assinada pelo CRM-PR, Associação Médica do Paraná (AMP), Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR), Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8.ª Região – Paraná (Crefito-8) e Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná (Sotipa). 

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