Associação Médica do Paraná
 
Associação Catarinense de Medicina
 
Ao Senado Federal
 
“A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão, e a coragem, a mudá-las. Ambas são filhas da esperança.”
 
Santo Agostinho
 
Senhores senadores,
 
Somos médicos e, quando nos formamos, juramos dedicar nossas vidas a salvar outras. Nossa missão é árdua, exige muito trabalho e respeito à ciência e à ética. Tudo o que pedimos em troca é o reconhecimento a nossos esforços e respeito à nossa dignidade. 
 
A CPI da Covid não está fazendo isso. 
 
Convida profissionais médicos a ajudarem na elucidação dos fatos através de seus conhecimentos e experiências, entretanto os trata como instrumentos a serviço de objetivos políticos, criando um cenário comparável a um circo de horrores. 
 
Em especial as médicas, cujos currículos são respeitáveis, receberam um tratamento que, em muitos momentos, foi abusivo e deselegante. Perguntas pressupõe respostas, que devem ser dadas por inteiro, sem interrupção, e dificilmente se completam com uma simples afirmativa ou negativa, como se se tratasse de uma questão de vestibular.  
 
A pergunta sobre a diferença entre um protozoário e um vírus era sabidamente ridícula até por quem a formulou, e o que se seguiu foi desrespeitoso, constrangedor e ofensivo. 
 
A Associação Médica do Paraná juntamente com a Associação Catarinense de Medicina manifestam a sua indignação e solicitam ao Senado Federal que se mantenha atento à sua função de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo (Art. 49, inciso X da Constituição Federal), mas que o faça para o bem do Brasil e não para atender a interesses político-partidários. 
 
Como todos os brasileiros, desejamos que a verdade seja encontrada a partir da análise lógica dos fatos, que erros sejam corrigidos, que culpados sejam punidos e que caminhos mais seguros sejam indicados. 
 
Infelizmente, para quem tinha a esperança de que a CPI fosse o instrumento para tanto, resta, por enquanto, o sentimento de frustração. 
 
 
Mantemos a esperança de mudar nossa opinião, mas não podemos, neste momento, deixar de manifestar nossa indignação. 
 
 
 
Dr. Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho             Dr. José Fernando Macedo
Presidente da AMP                                                        Vice-presidente da AMP
 
 
 
Dr. Ademar José de Oliveira Paes Junior
Presidente da ACM

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