A luta da classe médica pelo Revalida, contra a abertura indiscriminada de escolas médicas, pela carreira federal e em defesa do ato médico foi reafirmada nesta quarta-feira (16), na Câmara dos Deputados, quando foi realizada sessão solene em homenagem ao Dia do Médico, com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Apesar de um dia festivo, não temos muito a comemorar, porque a medicina brasileira está sob ataque. Hoje existe um movimento dentro do Congresso Nacional de total desvirtuamento da Medida Provisória 890/2019. Então aqui fica o apelo das entidades médicas, dentro da Casa do Povo, para que os parlamentares se sensibilizem para que a proposta volte ao seu texto original”, pontuou o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro.

Ele defendeu que a Medida Provisória 890/2019, que cria o Programa Médicos pelo Brasil, seja mantida em seu formato original pelo Congresso. “Existe um movimento para que estudantes que estudaram fora do Brasil, brasileiros ou não, tenham o privilégio de atuar aqui sem fazer o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos no exterior, o Revalida. O CFM nunca aceitou e não irá aceitar isso. Todos serão muito bem-vindos, desde que passem neste exame”, pontuou.

Esse também é entendimento da Associação Médica do Paraná, representada na sessão pelo presidente, Dr. Nerlan Carvalho; o tesoureiro, Dr. José Fernando Macedo, e o Dr. Luiz Antônio Munhoz da Cunha, do Conselho Fiscal.  Nesta semana, a AMP e o Conselho Regional de Medicina do Paraná emitiram carta conjunta aos parlamentares paranaenses no Congresso Nacional, alertando sobre os riscos da aprovação da MP com as alterações aprovadas pela comissão mista que analisou a matéria e pedem que rejeitem as alterações que descaracterizam as boas práticas previstas no texto original e digam sim à saúde do povo brasileiro e aos profissionais legalmente habilitados para atuarem como médicos no Brasil.

Também participou da sessão o 1º vice-presidente do CFM e representante do Paraná, Dr. Donizetti Giamberardino Filho.

Dia do Médico

Ao parabenizar todos os médicos, Mauro Ribeiro enalteceu aqueles que, ao optaram por lidar com a vida e a morte todos os dias, escolheram também uma das mais nobres profissões existentes. “As condições que nos são oferecidas atualmente nos hospitais, nos postos de saúde e nas unidades de pronto-atendimento são as piores possíveis. Os médicos brasileiros são os grandes heróis em defesa da saúde da população, e assim nós vamos continuar. As entidades médicas – unidas como nunca – vão lutar sempre pelo médico e principalmente pela boa assistência”, ressaltou.

Em sua fala, o presidente da autarquia também criticou a decisão de governos passados, que instituíram no país a política de abertura indiscriminada de escolas médicas, “sob o pretexto falacioso de que existiam poucos médicos no Brasil”. Segundo ele, à época argumentou-se que, ao formar médicos a granel e interiorizar estes médicos, estaria sendo oferecida mais saúde à população.

 “Não há nada mais falso que isso! Infelizmente essa política foi bem-sucedida e hoje temos inacreditáveis quase 340 escolas médicas no Brasil, muitas delas sem a menor condição de formar médicos e abertas por interesses puramente eleitoreiros”, criticou. Na oportunidade, ele citou estudos que estimam, para os próximos 50 anos, um contingente de aproximadamente 1,5 milhão de médicos atuando no país.


 
 
Com informações do CFM
 

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