O Revalida foi tema de reunião, na noite desta terça-feira (18), entre representantes de alunos das escolas de medicina do estado e diretores da Associação Médica do Paraná e Associação Médica Brasileira. O encontro, realizado de forma virtual, foi promovido pela Associação dos Estudantes de Medicina do Paraná (Aemed-PR), com o objetivo de esclarecer sobre o exame, que subsidia o processo de revalidação dos diplomas de médicos que se formaram no exterior e querem atuar no Brasil, sejam brasileiros ou estrangeiros, verificando conhecimentos, habilidades e competências requeridas para o exercício profissional.
 
Participaram o presidente da AMP, Dr. Nerlan Carvalho, também membro do Conselho Fiscal da AMB; o diretor Científico e Cultural da AMP e 2º vice-presidente da AMB, Dr. Jurandir Marcondes Ribas Filho, e o diretor Acadêmico da AMB, Dr. Clóvis Francisco Constantino, que detalhou todo o complexo processo do Revalida.
 
O exame, criado em 2011, é composto por duas etapas (teórica e prática), que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Medicina da Família e Comunidade (saúde coletiva). Para participar da segunda etapa, é necessário ter sido aprovado na primeira, cuja aplicação contempla as provas objetiva e discursiva. As referências são os atendimentos no contexto de atenção primária, ambulatorial, hospitalar, de urgência, de emergência e comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normativas associadas e na legislação profissional.
 
A primeira etapa do Revalida 2020 foi realizada em dezembro do ano passado e teve 15.580 inscritos, formados em 63 países, sendo 43,2% deles na Bolívia, e dos quais foram aprovados apenas 2.402, cerca de 15,4%. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização do exame, em 2017 o índice final de aprovação foi de somente 5%. 
 
Ness contexto, o Dr. Clóvis chamou a atenção para a baixa qualidade do ensino oferecido pelas faculdades localizadas especialmente nas cidades próximas das fronteiras, ressaltando a importância do Revalida, em defesa da saúde da população. Ele também abordou outros temas relevantes, como o grande número de faculdades de medicina no país, hoje mais de 300,  a preocupação com a boa qualificação do futuro médico, além da necessidade da criação de uma carreira médica de Estado.
 
A pretexto da pandemia da Covid-19, muitas têm sido as tentativas de flexibilização do Revalida, seja por meio de ações ajuizadas por governos estaduais e municipais ou projetos de lei em tramitação nos legislativos estaduais e no Congresso Nacional, para a contratação de médicos formados no exterior sem que tenham feito o exame. 
 
As entidades médicas têm atuado com firmeza contra essas iniciativas, com o objetivo de preservar a saúde da população. “É muito importante que os acadêmicos de medicina também apoiem essa luta”, disse o presidente da AMP, Dr. Nerlan Carvalho.

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